Confissões de um turista profissional - Kiko Nogueira

 Confissões de um turista profissional, de Kiko Nogueira, publicado pela Editora Novo Conceito.

Sinopse: Quem gosta de viajar, e viaja mesmo (isto é, não faz turismo pra inglês ver), sente uma vontade danada de falar a verdade sobre os lugares que visitou. Coisas como: vale a pena todo aquele trabalho no Louvre para não ver a Monalisa? Existe algum lugar mais insalubre do que uma barraca de praia no Nordeste? Ou ainda: por que o Brasil precisa de mais uma obra de Oscar Niemeyer, o veterano arquiteto que deixa um rastro de concreto aonde quer que vá? Mas falar essas coisas é, no mínimo, tornar-se um chato. Pois Jota Pinto Fernandes, alter ego de Kiko Nogueira, é o chato que vive em cada viajante. Corajoso e desbocado o suficiente para dizer o que as agências e seu amigo que acabou de chegar de Nova York nunca falarão. Escrito pelo ex-diretor da revista Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas, da Editora Abril, Confissões de um Turista Profissional é uma leitura para quem quer olhar as lindas fotinhos no celular, na volta daquele pacote inesquecível, e pensar: “E não é que era isso mesmo...?”

"Os barqueiros param próximos a um píer, de onde os meninos magros dos barracos saltam. Eles nadam até perto da embarcação e gritam: 'Amigo, amigo! Dinheiro, amigo! Money!" Os turistas, rindo, arremessam moedas na água. Quando os garotos não conseguem pegá-las, eles, bons mergulhadores, um tanto desesperados, vão em busca delas no fundo. (...) 

Os turistas, provavelmente, acham que fazem uma boa ação. Ou não acham nada. Os que acham alguma coisa sabem que aquele espetáculo, na verdade, pode ser considerado outra coisa: um show de humilhação" 

(pág. 33) 

Depois de ler a sinopse do livro e saber que Jota Pinto seria um personagem 'corajoso e desbocado' o suficiente para contar, como diz o subtitulo do livro, 'Tudo o que você queria saber sobre viagens e que os guias jamais vão contar", e de analisar a capa, muito bem produzida por Esper Leon, de uma coisa eu tive certeza absoluta: O livro seria super descontraído, leve e divertido! Mas como já estamos cansados de saber: Não julgue o livro pela capa! mas a capa é tão bem feita, como não julgar?

Kiko Nogueira é 'o cara'! Jornalista, foi repórter e editor da revista Veja São Paulo, diretor de redação da revista Viagem e Turismo, do Guia Quatro Rodas e do Portal Viajeaqui, atualmente dirige a revista ALFA. Com um currículo assim não sou eu que vou discutir o talento dele, certo?, mas também não posso deixar de dizer que o seu alter ego Jota Pinto Fernandes é um chato de galocha, e o que esperar de um chato senão, chatice?

A questão é essa, Confissões de um turista profissional, composto pelas crônicas de Kiko Nogueira publicadas na revista Viagem e Turismo, não me agradou. Achei que suas crônicas seriam cheias de humor, que o livro seria realmente um guia de viagens às avessas, revelando as coisas mais impensadas dos vários lugares do mundo, mas não é bem assim. 

Jota Pinto Fernandes faz duras criticas aos turistas, a falta de incentivo ao turismo no Brasil, as companhias aéreas e outras tantas coisas. Só que também se contradiz em alguns momentos: É para fotografar o local visitado ou não? Ser turista é bom ou ruim? 

Apesar de ter concordado com Jota Pinto em vários momentos, a forma que o autor escreve não me conquistou. Enfim, o livro não era exatamente o que eu esperava e a leitura foi cansativa, apesar de seus textos curtos. 

Só que cada um com sua opinião. Eu não curti a leitura, mas com você pode ser diferente.