Entrevista com Paulo Castro, autor de O Androide - Editora Novo Século
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Paulo Castro é autor do livro de ficção científica, O Androide, que foi publicado pela Editora Novo Século, com o Selo Talentos da Literatura Brasileira.
Segundo
as várias resenhas encontradas pelos blogs literários e Skoob - onde a
avaliação do livro recebeu quase a nota máxima! - o livro traz uma
proposta de leitura que promete envolver até mesmo quem nunca se arriscou em
ler ficção científica ou robótica.
Em breve teremos a resenha do livro aqui no blog, então,
enquanto a nossa análise não sai, fique com uma entrevista rápida e bem gostosa
com o Paulo Castro. Ele têm coisas interessantes a dizer... vem!
Oi,
Paulo, nos fale um pouquinho sobre você e seu caminho percorrido até aqui.
Eu comecei, como todo escritor, penso, escrevendo contos.
Cheguei a escrever uma peça de teatro para um concurso em Belo Horizonte, mas
não foi aprovada. Um tempo depois fiz um curso técnico de cinema e cheguei a
escrever o roteiro e dirigir um curta-metragem. Parei um período para estudar
para concurso público, depois resolvi fazer pós-graduação em biblioteconomia,
minha área de formação, e acabei me afastando da escrita. Em 2014 dediquei com
mais afinco a estória de O androide e estou feliz em publicá-la agora, pela
Novo Século, em 2016.
E como surgiu a ideia central do seu livro?
Eu sempre gostei muito de ficção científica, tanto na
literatura, quanto no cinema. Apesar do “Eu, robô” ter uma visão muito otimista
da parceria entre homens e robôs no progresso da humanidade, isso não se
reproduz no cinema. E eu assistia a esses filmes e sempre me perguntava o que
aconteceria se houvesse mesmo uma revolta entre os robôs e os homens. E o pior,
como seria se os humanos fossem extintos. Os robôs continuariam nosso legado?
Foi aí que eu resolvi começar a escrever.
E o que te inspirou durante o desenvolvimento da história?
Eu me inspirei, durante o desenvolvimento da história,
principalmente no “1984” de George Orwell. O H1N1 é uma homenagem ao Big
Brother (Grande Irmão). Eu já havia lido o livro e só o reli depois, quando “O
androide” estava pronto. Posso dizer que o “Eu, robô”, do Isaac Asimov também
me influenciou. Para dizer a verdade, não havia lido o livro quando comecei a
escrever, mas conhecia as três leis da robótica. Durante o trabalho de pesquisa
para “O androide” eu cogitei lê-lo, mas desisti. Como o tema era muito
parecido, achei que poderia me influenciar. Li depois que entreguei o
manuscrito para a editora. O legal é que eu achei que havia muita coisa
parecida.
Quando você descobriu que queria ser escritor?
Eu sempre gostei muito de ler, e isso acabou me influenciando
na escolha do curso de biblioteconomia. Como eu tinha algumas ideias e já
estava estável profissionalmente, resolvi arriscar.
E em algum momento você pensou em desistir de escrever?
Sim. Escrever é um processo longo e trabalhoso. Você precisa
de tempo e concentração. No meu caso, o problema maior era o tempo. Eu trabalho
oito horas diárias, moro longe do trabalho e faço outras atividades além de ser
bibliotecário. O tempo para escrever se resumiu às férias, feriados e finais de
semana. Ou seja, para consegui escrever o livro tive que sacrificar um monte de
outras coisas. Por vezes eu ficava pensando se valeria a pena mesmo tanta
dedicação e sacrifício.
As resenhas que li do seu livro foram todas positivas, com
muitos elogios. Lidar com critica positiva é fácil, mas e as críticas
negativas? Você se sente preparado para lidar com elas?
As críticas negativas, quando apontam problemas e falhas, são
muito válidas. Eu sou uma pessoa super aberta e acredito muito que as críticas
podem contribuir para os próximos projetos. Isso não quer dizer que eu queira
receber críticas negativas, claro. Também posso continuar vivendo muito bem só
com as positivas (risos).
E que dicas você daria para quem deseja se aventurar na
publicação de um livro?
Acho que são duas palavras: organização e persistência. Eu
jamais conseguiria escrever o livro se não organizasse minha vida para tal. E
depois, com o manuscrito em mãos, começa outra batalha. Você recebe muitos
“não” de várias editoras. Pensa em desistir e tal. E todo o processo é bastante
moroso, demora de três a seis meses para uma editora dar o retorno sobre o
manuscrito. E publicada a obra, começa outro desafio que é dar publicidade. O
importante é não desistir e continuar insistindo.
Você acredita que o mercado literário dificulta a entrada dos
autores nacionais? Porquê?
Acho que as editoras se concentram no mercado e não acho que
elas estejam erradas por fazer isso. As editoras são empresas, e como qualquer
uma, precisam pagar impostos, salários de funcionários, etc. Para isso, elas
precisam vender livros. E nesse contexto, é claro que uma obra nacional será
preterida a uma internacional, que já chega aqui nas listas de mais vendidos.
Mesmo assim, não acho que as obras nacionais deixam de ser publicadas por isso,
só não vão conseguir aquele mesmo espaço de publicidade. Cada autor vai ter que
correr atrás para que o seu livro chegue até os leitores.
Como você vê seu futuro como escritor?
Eu acho que tudo está muito recente e não consigo ver nada
muito concretamente. Eu gostaria de publicar outro livro, isso é certo, mas
depende da recepção e das vendas de “O androide”. E eu sei que isso é muito
difícil.
Você já pensou na possibilidade de escrever uma continuação
para O Androide?
Não. Para mim a estória está fechada, sem possibilidade de
uma continuação. Mas acho que essa é uma sensação minha, pois todo mundo que
leu me pergunta isso. (risos)
Vamos fazer um bate-e-volta rápido, pode ser?
Vamos lá, qual o seu livro preferido: Nossa. Que difícil!
Tenho muitos livros preferidos, é impossível escolher só um. Vou citar o “Cem
anos de solidão”, que está referenciado no “O androide”.
E
quais os Livros que você abandonou a leitura: Não lembro de nenhum agora.
E
aqueles que leu, mas nunca indicaria: Também não lembro.
Ok! Então nos conte. Um autor(a) nacional: Machado de Assis.
Um autor(a) internacional: Eça
de Queiroz.
Uma comida: Chocolate.
Um sonho: Publicar outro livro.
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O ANDROIDE
Edição: 1
ISBN: 9788542808124
Acabamento: Brochura/Capa mole
Páginas: 256
Ano de Publicação: 2016
Autor: Paulo de Castro Gonçalves
Adorei a entrevista, estou lendo o livro agora e já posso dizer que o estilo de narrar me conquistou.
ResponderExcluirBiblioteconomia será o maior fator comum para quem deseja ser escritor? Eu sonhava com ambas as coisas, fico feliz que tenha realizado ambas.
A capa me fez pensar mesmo em Eu, Robô, mas pelos poucos capítulos que li percebi muita diferença.
Ah chocolate... mais um ponto a favor. kkk.
Oi, Dani,
ExcluirEle também me ganhou com o chocolate! rsrsr
Espero por sua resenha!