Os Irmãos Sister - Patrick deWitt - Editora Planeta
Os Irmãos Sister, de Patrick deWitt, publicado pela Editora Planeta
- Eu também! - sussurrei de volta.
(pág. 83)
Ao abrir as páginas de Os Irmãos Sister esqueça todas as histórias fofas, repletas de mocinhos fortes e de beleza estonteante, cenários românticos que atiçam a imaginação ou as donzelas indefesas - ou determinadas - em busca de um amor verdadeiro. Não, nada disso faz parte da história incrível que Patrick deWitt nos apresenta em seu livro.
Num clássico cenário de faroeste, o autor nos transporta para o ano de 1851 nos colocando cara-a-cara com a mais pura crueza do Velho Oeste, um lugar selvagem e inóspito onde a ganância e a violência determinam os caminhos de cowboys, garimpeiros, índios, prostitutas... todos tentando sobreviver num ambiente onde a justiça é feita pela arma do pistoleiro mais rápido.
Neste clima peculiar conhecemos os pistoleiros mais temidos de todo o Velho Oeste, os Irmãos Sister, Eli e Charlie, homens muito diferentes entre si, mas que não pensam duas vezes antes de dar um tiro em quem atravessar seus caminhos.
A história começa em Oregon City, contratados por Comodoro, um homem misterioso que decide quem deve viver ou morrer, os irmãos partem em direção ao seu mais novo 'trabalho'. Enquanto viajam em busca de Hermann Kermitt Warm - homem marcado para morrer - Eli e Charlie passarão por situações determinantes em suas vidas.
Apesar da vida que leva, encontramos em Eli uma pessoa sonhadora. Durante os dias em que viajam para Califórnia Eli fará uma longa avaliação de toda a sua vida. Vamos conhecer seus sonhos, dúvidas e frustrações. Durante sua narrativa Eli se mostra ao leitor e conhecemos todos os seus sentimentos, do amor ao ódio. Por mais que o personagem seja violento, ele possui certa bondade e é isto que o diferencia de Charlie que é rude, arrogante e ganancioso. Não há nada de bom em Charlie, já Eli é de alguma maneira mais razoável, mais sentimental, e de alguma forma isso faz com que o leitor torça por ele. Dois irmãos tão diferentes, unidos pelo sangue e por laços familiares. Eli é uma pessoa conformada que vive à sombra do irmão. Já Charlie é movido pela ganância, pela bebida, e é quem comanda a dupla.
A história começa em Oregon City, contratados por Comodoro, um homem misterioso que decide quem deve viver ou morrer, os irmãos partem em direção ao seu mais novo 'trabalho'. Enquanto viajam em busca de Hermann Kermitt Warm - homem marcado para morrer - Eli e Charlie passarão por situações determinantes em suas vidas.
Apesar da vida que leva, encontramos em Eli uma pessoa sonhadora. Durante os dias em que viajam para Califórnia Eli fará uma longa avaliação de toda a sua vida. Vamos conhecer seus sonhos, dúvidas e frustrações. Durante sua narrativa Eli se mostra ao leitor e conhecemos todos os seus sentimentos, do amor ao ódio. Por mais que o personagem seja violento, ele possui certa bondade e é isto que o diferencia de Charlie que é rude, arrogante e ganancioso. Não há nada de bom em Charlie, já Eli é de alguma maneira mais razoável, mais sentimental, e de alguma forma isso faz com que o leitor torça por ele. Dois irmãos tão diferentes, unidos pelo sangue e por laços familiares. Eli é uma pessoa conformada que vive à sombra do irmão. Já Charlie é movido pela ganância, pela bebida, e é quem comanda a dupla.
O livro prometia humor, mas não consegui encontrar nem um 'naquinho' dele em suas páginas. Muito ao contrario, em alguns momentos eu senti pena de Eli e em outros ele me emocionou. Eli é um personagem basicamente triste e sua narrativa têm momentos beirando a melancolia. Já outras cenas chocam devido a frieza dos personagens e a falta de remorso quando matar se faz necessário, ou não.
A leitura transcorreu de maneira lenta até a metade, quando eu finalmente fui fisgada por ela. Não que o ritmo tenha mudado, ela não é ágil, mas a partir dali eu realmente me vi envolvida pela trama.
As descrições são ótimas e os cenários dignos de filme de bang-bang. O autor literalmente me transportou no tempo e desembarquei embasbacada num cenário clássico e cruel. Gostei muito da forma realista que ele escreve, sem florear nada. Charlie e Eli são feios, os dentes doem e os banhos são raros. Matar é uma rotina e amar uma raridade.
Não posso deixar de elogiar a capa fantástica, como poucas, que representa perfeitamente o que encontramos na história. A diagramação e a revisão estão impecáveis.
O final é totalmente inesperado e me deixou com um desejo imenso de ficar mais na história. É incrível que numa história carregada de mortes e selvageria eu termine a leitura com um aperto na garganta. Mérito de Patrick deWitt que, em Os Irmãos Sister, soube manipular direitinho os sentimentos do leitor.
Oi, eu confesso que o único atrativo neste livro para mim foi o título que achei engraçado. A capa é simples e interessante.
ResponderExcluirGostei muito da sua resenha, mas não tenho certeza se leria, pois sou fã de romances e policiais.
Mas foi uma boa o autor mudar um pouco o 'mocinho', se é que neste livro existe um.
Gostei muito do quote acima.
Oi, Inara!
ResponderExcluirEssa é minha estréia em Faroeste! Total novidade, e gostei muito do estilo. Se tiver oportunidade lerei mais sobre o tema!
E quanto a correria, sei bem do que estás falando... estou tentando visitar os blogs que sigo e gosto tanto, mas haja tempo... acho difícil conciliar família, trabalho, casa e blog, mas estou tentando!
Um beijo e obrigada pela visita!!
Oi, Miriam!
ResponderExcluirSabe que eu nunca li nenhum livro de faroeste? Já vi filmes, é claro, mas ler alguma coisa que se passa nesse período, nunca! Eu já tinha ouvido falar desse livro, e ele parece mesmo ser ótimo! Fico feliz que você tenha gostado, apesar do ritmo lento!
Beijos,
Inara
http://lerdormircomer.com.br/
p.s. Puxa, quanto tempo faz que eu não passo por aqui, hein? Mas a vida anda tão corrida com a faculdade, trabalho e tal... Mas vou tentar vir mais vezes aqui nessas férias! <3 Obrigada pela visitinha lá no blog! =)